terça-feira, 24 de julho de 2012
Olhares Indiferentes !!!!
O abandono de animais, principalmente filhotes, é uma prática deplorável e recorrente em todos os lugares. Do centro à periferia cães de todas as idades e acometidos de doenças as mais diversas, desfilam seu abandono e suas mazelas ante os olhares indiferentes da população.
Tal atitude humana, criminosa e irresponsável quanto ao abandono e omissiva quanto ao sofrimento, mostra o grau de involução de nossa espécie. Em vez de evoluirmos, adotarmos novos parâmetros quanto à maneira como interagimos com os demais seres, seguimos embotados pelo egoísmo inconsequente.
É deprimente que abrigos de animais continuem abarrotados. Mesmo cuidados e alimentados por abnegados, milhares de animais seguem sua sina de prisioneiros eternos, despojados do que lhes mais lhes é primordial: o carinho de um tutor. Com um pouco de boa vontade muitos desses animais poderiam experimentar a alegria de conviver num lar que lhes proporcionasse vida digna, amor e liberdade.
O sofrimento alheio há muito não nos comove e a compaixão é um conceito em desuso, soando até piegas para alguns. O pragmatismo existencial é a marca registrada da maioria e prevalece o cada um por si. Num mundo capitalista, no qual o individualismo e o acúmulo são marcas registradas, ai daqueles que não tem como prover suas necessidades.
Mas a frieza ante as mazelas dos demais seres humanos e animais não é privilégio de descrentes. Boa parte da massa de fiéis que acode diariamente às missas e cultos tão logo deixa templos e igrejas fecha-se em seu individualismo exacerbado, em sua fé cega, que não enxerga o pedinte esfaimado ou o cão sarnento que apodrece nas ruas, sem água, sem comida e sem esperança de cura.
Que crença é essa que não os impele para a caridade e a compaixão? Em que canto obscuro de suas mentes e almas jazem a piedade, a solidariedade e a doação?
Cedo ou tarde cada um de nós poderá encarar angustias e dramas. Então deveríamos ter em mente que precisamos uns dos outros. E se não somos autossuficientes para encarar nossos dilemas nada mais justo que estendamos as mãos para o próximo, sejam de que espécie for.
É intuitivo que existem exceções. Há aqueles que professando ou não algum credo exercitam a caridade de diversas formas. Mas o contingente dos que socorrem, compreendem e acolhem os desafortunados é exíguo diante do contingente de desassistidos.
Distantes de alcançar de alguma forma a iluminação, a humanidade segue em existência robótica, indiferente aos que clamam por respeito e solidariedade.
Servilio Vieira Branco
OAB/SP 119.218
E-mail: brancolex@hotmail.com
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Assino embaixo, texto solidário, responsável e mostra compaixão... aliás o que menos existe por aí, principalmente com os animais.
ResponderExcluirTais