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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sejamos mais Humanos !



TESE DE MESTRADO NA USP por um PSICÓLOGO 
'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A
EDUCAÇÃO QUE RECEBE' 

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível' 
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as
pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem
posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
  

  
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou
oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo.
Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres
invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu
comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção
humana totalmente prejudicada e condicionada à divis o social do trabalho,
onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de
R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição
de sua vida:
  
'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar
um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.
  
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como
um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP
passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me
ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.
       
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa
térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca.
Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe,
varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se
aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou
duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café
ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande,
esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café.
Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de
sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro
de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No
momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo
parou para assistir à cena, como se perguntasse:
-'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?'
E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram
a conversar comigo, a contar piada, brincar.
  
-O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
-Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central.
Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo
andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca,
desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a
lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém
em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia
como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como
se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto
da comida e voltei para o trabalho atordoado.
  
-E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?   
-Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também
a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se
aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por
mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando
por um poste, uma árvore, um orelhão.
  
-E quando você volta para casa, para seu mundo real?
-Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você
está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito
que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses
homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles
nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço
questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados
pior do que um animal doméstico, que sempre é c hamado pelo nome. São
tratados como se fossem uma 'COISA'. 
    

*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida !

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Menino que saciou a sede de meio milhão de Africanos !


Ryan HreljacRyan, nasceu no Canadá em maio de 1991, ou seja, hoje (2010) tem 19 anos. Quando pequeno, na escola, com apenas seis anos, sua professora lhes falou sobre como viviam as crianças na África. Profundamente comovido ao saber que algumas até morrem de sede, que não há poços de onde tirar água, e pensar que a ele bastavam alguns passos para que a água saísse da torneira durante horas... Ryan perguntou quanto custaria para levar água a eles. A professora pensou um pouco, e se lembrou de uma organização chamada WaterCan, dedicada ao tema, e lhe disse que um pequeno poço poderia custar cerca de 70 dólares.

Quando chegou em casa, foi direto a sua mãe Susan e lhe disse que necessitava de 70 dólares para comprar um poço para as crianças africanas. Sua mãe disse-lhe que ele deveria consegui-los e foi-lhe dando tarefas em casa com as quais Ryan ganhava alguns dólares por semana. Finalmente reuniu os 70 dólares e pediu à sua mãe que o acompanhasse à sede da WaterCan para comprar seu poço para os meninos da África. Quando o atenderam, disseram-lhe que o custo real da perfuração de um poço era de 2.000 dólares. Susan deixou claro que ela não poderia lhe dar 2.000 dólares por mais que limpasse cristais durante toda a vida, porém Ryan não se rendeu. Prometeu aquele homem que voltaria… e o fez.
Contagiados por seu entusiasmo, todos puseram-se a trabalhar: seus irmãos, vizinhos e amigos. Entre todo o bairro conseguiram reunir 2.000 dólares trabalhando e fazendo mandados e Ryan voltou triunfante a WaterCan para pedir seu poço. Em janeiro de 1999 foi perfurado um poço em uma vila ao norte de Uganda. À partir daí começa a lenda. Ryan não parou de arrecadar fundos e de viajar por meio mundo buscando apoios.
Quando o poço de Angola estava pronto, o colégio começou uma correspondência com as crianças do colégio que ficava ao lado do poço, na África. Assim Ryan conheceu Akana: um jovem que havia escapado das garras dos exércitos de meninos e que lutava para estudar a cada dia. Ryan sentiu-se cativado por seu novo amigo e pediu a seus pais para ir vê-lo. Com um grande esforço econômico de sua parte, os pais pagaram sua viagem a Uganda e Ryan, em 2000, chegou ao povoado onde havia sido perfurado seu poço. Centenas de meninos dos arredores formavam um corredor e gritavam seu nome. - Sabem meu nome? - Ryan perguntou a seu guia. - Todo mundo que vive 100 quilômetros ao redor sabe, ele respondeu.
Hoje em dia, Ryan –com 19 anos- tem sua própria fundação e conseguiu levar mais de 400 poços à África. Encarrega-se também de proporcionar educação e de ensinar aos nativos a cuidar dos poços e da água. Recolhe doações de todo o mundo e estuda para ser engenheiro hidráulico. Ryan tem-se empenhado em acabar com a sede na África.