terça-feira, 25 de agosto de 2009

Considerações sobre o Amor !!


"Minhas considerações sobre o amor"



Os príncipes e as princesas, como toda criança sabe, sempre vivem felizes para sempre. Apesar das feitiçarias, das madastras malvadas, dos ogres, dos gigantes e dos anões malévolos, o amor triunfa, o mal é vencido, e o feliz casal desaparece de mãos dadas na névoa da imaginação, sem nenhuma alusão a varas de família ou pagamentos de pensão anuviando o para-sempre.

O processo de “crescimento, como toda criança aprende, com sua crescente maturidade e capacidade de encarar “a vida como ela é”, naturalmente nos ensina de outra forma. Os príncipes e as princesas, junto com Papai Noel, o coelhinho da Páscoa, os amigos imaginários e outras relíquias da vida de fantasia da infância, não são material adequado para os adultos.

Começamos a aprender razoavelmente cedo na vida que ninguém vive feliz para sempre; precisamos fazer os relacionamentos “darem certo”, e isso é uma questão de responsabilidade, compromisso, disciplina, obrigação, auto-sacrifício, comunicação e outros termos usados com tanta freqüência que seu significado deveria ser mais ou menos claro. Mas, de alguma forma, na experiência de viver, esses termos se tornam cada vez mais ambíguos quando percebemos que o outro, esse estranho que está em nossa frente, ainda é um estranho.

O amor é sinônimo de vida, se somos seres inteiros, reais, sem máscaras, maior a possibilidade de realizarmos a integração de todos os componentes parciais através da vida e do amor possível.



Amor Possível - É o que descobriu a fórmula de existir e de fazer feliz a quem o porta. Dessassombrado, raro, especialíssimo, é o elemento mais ricamente integrador de que se dispõe. O amor tem o raríssimo dom de somar todos os núcleos internos de uma personalidade num mesmo propósito; é o dom vocacional – a fusão do ser, reunindo e acrescentando dimensões interiores ainda não desenvolvidas ou mesmo desconhecidas.

Somos seres plurais e complexos, mas fazemos questão de nos nomear singulares. Somos tão complexos, que nem mesmo chegamos a conhecer a pluralidade de talentos que podem existir dentro de nós à espera de expressão.

Não conhecemos nossas dimensões afetivas , como a sociedade atual não valoriza o assunto, julgando-o piegas ou ultrapassado, o homem moderno tem mais dificuldade de desenvolver em harmonia todos os seus sentimentos internos subjugados pela dialética social. Sempre há um número dominante a ser mais desenvolvido em detrimento do outro que ficará fatalmente prejudicado. Em geral, na maioria dos casos, o amor sofre essa subtração dolorosa, porque passa a representar prazer e apenas prazer e, como um luxo, vai sendo colocado na prateleira dos supérfluos.

Algumas considerações do que penso ser o “Amor Possível”

Simplicidade – Um pré-requisito e um prefácio do amor ; é característica das pessoas mais descomplicadas, as que conseguem valorizar as coisas boas da vida que, muitas vezes, estão contidas na simplicidade do dia-a-dia. São os que conseguem ver a beleza de um pôr-do-sol, a magnitude de uma bela manhã, o sabor divino de um pão.. O grande prazer do simples é privilégio das naturezas mais sensíveis e mais sábias.

Paz – O amor tem na paz um elemento facilitador de aproximação, proporcionando oportunidades de convivência. A paz desarma os espíritos, fazendo-os receptivos às diferenças que antes nos isolavam ; possibilita a aceitação do outro, sem conflitos. Os outros não são sempre e necessariamente nossos inimigos, nem estão continuamente jogando como nossos adversários. A vida não é guerra diária ; temos que nos esforçar para desarmar os corações e alguns o conseguem ; estão em paz porque fabricam e a cultivam dentro de si mesmos, com ou sem esforço, mas o fato é que conseguem torna-la um componente real de suas vidas diárias. Afastando-se das pessoas e pessoas negativas, retirando de suas vidas as pessoas mal resolvidas, exercitam a calma fazendo todo e qualquer esforço para criar paz interior. A paz é o início do caminho para o amor e o principal elemento gerador dessa qualidade.

Escolha e Receptividade – Uma das maiores prerrogativas da liberdade está vinculada ao amor e à capacidade de escolher e receber, no seu coração, o ser amado. Escolher é desvelar a rara oportunidade de se sentir eleitor e eleito; é descobrir alguém a quem se possa oferecer o melhor que há em você. Receber e escolher é um ato semiconsciente. Até onde escolhemos ou somos escolhidos – o limite nunca fica bem calro; o ato é simultâneo e contínuo pois parte de uma afinidade imediata que ecoa na possibilidade de ser aceito e bem recebido.

Troca e Partilha – Amor trocado, dividido para ser bem partilhado, na soma livre de sentimentos, na multiplicação de alegrias e na subtração de amarguras.

Amor sem conbranças, sem conta corrente(caso em que o outro está sempre no débito). O amor deve ser muito mais partilha descompromissada com retribuições ocasionais do que uma contabilidade tediosa.

Doação e Gratidão – Amar é doar a mãos cheias, em todos os momentos em que se faça a chance. É uma forma devocional : quanto mais doação mais evoluído se está. A recíproca da doação não precisa ser verdadeira : é irrelevante e desnecessário tanto toma-lá-dá-cá. O grande amor surpreende na capacidade de doar e sentir gratidão. Quem ama é grato ao ser amado por ter nascido e continuar existindo; é grato por ter se tornado capaz de amar e ter sentimentos tão nobres.

Alegria – Amor triste não é amor; é sofrimento, é masoquismo, é mania, é neurose, é seja o que for, só não é amor. Amor é paz e bem-estar, é também fluir, pulsar e sobretudo – alegrar-se. Cultivar o amor é o mesmo que cultivar a alegria ; é exercitar-se e aprimorar-se tornando-se boa companhia, e não existe boa companhia sem alegria, sem querer fazer feliz a quem se ama.

Amor totalidade – O amor é arte, é liberdade, é renovação, é mistério, é alegria, é espera, é cura, é redenção, é sabedoria."

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