segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Roda !


Mais uma vez a confirmação de que nada é por acaso. Esse texto de Luiz Alca de Sant'Anna, chegou às minhas mãos, quando já tinha os dois pés fora da Roda, agora refletir e compartilhar.


Sair da Roda

Os hinduístas que preservam a Roda da Vida, o Sansara, observam muito a saídas das pessoas dessa ação conjunta, sempre que algo de difícil ou negativo lhes acontece e faz com que se aparteiem do círculo, deixando assim de receber seus benéficos efeitos. Eis porque cuidam muito para que o ser humano volte logo à ciranda.
Todos nós quando atingidos pela dor, por um golpe lancinante da existência, como as perdas, as doenças nossas ou de quem amamos, as decepções profundas vindas das puxadas de tapete, os abandonos, tendemos a sair da roda, retirando as mãos dadas, abaixando os olhos, fugindo.
O que, naquele momento é necessário, mas que aos poucos vai sendo muito prejudicial, já que a roda possui os três elementos de vitalização : luz, força e movimento. A luz está na energia que mantém a própria roda, epicentro de tudo e que une a todos como um carrossel. A força do dar as mãos, do convívio, da troca. E o movimento do agir, do realizar, do desenvolver.
Quando fora da roda nos falta luz, reciprocidade, atitude. Viver é estar nela, a não ser nos breves momentos do afastamento para tomar fôlego diante do que foi acima citado. Mas há que se voltar logo para não perder a atração, para que não nos desabituemos do relacionamento humano e não percamos o desembaraço da variedade que se equilibra à unidade.
Diz bem o filósofo Huberto Rohden “variedade sem unidade é caos; unidade sem variedade é tédio”. Não há como fugir disso. Eis porque precisamos muito distinguir o saudável e necessário recolhimento do triste e negativo isolamento.
As vezes confundimos as coisas : julgando estar recolhida, nos isolamos perigosamente e perdemos a cada dia, a vibração que nos caracteriza a vontade maravilhosa de viver e atuar.
Às vezes diante de uma perda, de uma dor, dura sim, saímos da roda, compreensivo integralmente, mas não podemos demorar muito a voltar, temos que voltar a ter prazer em sair, encontrar amigos, não podemos deixar acontecer o pior, que é não sentir mais falta das pessoas e das atividades que sempre mantivemos.
Todos que se isolam e esse processo vai num crescendo, a ponto da pessoa ter dificuldade até de se arrumar para o encontro dos amigos, o que  já vai se configurando o quadro depressivo, às vezes usamos “deixe eu ficar no meu canto, estou bem assim”. Engano, não está nada bem. Esse é um falso mecanismo de defesa no oprocesso de fuga, no trocar o precioso recolhimento pedido pela individuação pelo pernicioso isolamento, pressão de uma mente que se obscurece.
Nosso lugar é na roda. É o que nos pede o universalismo da nossa natureza. Não nascemos para ficar solitários, escondidos, frios, distantes, mas para participar, envolver-se com tudo e com todos, recebendo a luz, ganhando a força e contribuindo para o movimento.

Somos seres do Todo e não do um, individualista e extático.

Um comentário:

  1. Oi flor! Obrigada por ter me aceitado em seu blog que é muito lindo e tem mensagens maravilhosas! Super Beijo!

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Obrigada, fico feliz em ver você por aqui.